A borracha é um dos materiais mais utilizados na indústria moderna. Presente em vedações, mangueiras, correias, amortecedores e perfis, ela é essencial para o funcionamento de máquinas e equipamentos. No entanto, o desempenho da borracha industrial depende diretamente das condições ambientais às quais o material é exposto.
Temperatura, umidade, radiação solar, ozônio e contato químico são fatores que podem alterar as propriedades da borracha ao longo do tempo. Compreender essas influências é fundamental para escolher o tipo de borracha técnica adequado e garantir durabilidade, segurança e eficiência operacional.
As propriedades da borracha — como elasticidade, resistência e flexibilidade — são resultado de sua estrutura molecular. Os elastômeros possuem cadeias de polímeros ligadas entre si, que permitem deformação e retorno à forma original. Quando submetidas a condições adversas, essas cadeias sofrem alterações químicas e físicas, afetando o desempenho do material.
Ambientes extremos podem causar endurecimento, rachaduras, perda de elasticidade e até degradação completa da borracha. Por isso, é essencial conhecer os principais fatores ambientais que influenciam seu comportamento.
A temperatura é o elemento que mais afeta o desempenho da borracha industrial. Quando submetida a calor excessivo, a borracha pode sofrer envelhecimento térmico, tornando-se rígida e quebradiça. Já em temperaturas muito baixas, perde flexibilidade e tende a se romper sob esforço.
Cada tipo de borracha possui uma faixa ideal de temperatura de trabalho:
| Tipo de borracha | Temperatura de operação | Aplicações típicas |
|---|---|---|
| NBR (nitrílica) | -20 °C a +100 °C | Vedações em contato com óleos e combustíveis |
| EPDM | -40 °C a +120 °C | Ambientes externos, vedação de portas e janelas industriais |
| Silicone | -60 °C a +230 °C | Indústria alimentícia e equipamentos de alta temperatura |
| Neoprene | -35 °C a +100 °C | Ambientes com umidade e ozônio |
| Viton (FKM) | -20 °C a +200 °C | Aplicações químicas e de alta performance |
A escolha correta do elastômero é fundamental para evitar falhas e prolongar a vida útil do produto.
A umidade pode ser tanto uma aliada quanto uma inimiga. Em algumas aplicações, a borracha precisa resistir ao contato constante com água, vapor ou condensação. Se o material não for adequado, pode ocorrer inchaço, perda de aderência e até degradação do polímero.
Borrachas como EPDM e neoprene apresentam excelente resistência à umidade e são indicadas para uso externo e ambientes marinhos. Já borrachas como a NBR, embora resistentes a óleos, não são ideais para locais úmidos sem proteção adicional.
A absorção de água também pode alterar o coeficiente de atrito, reduzindo a aderência de pisos, perfis e amortecedores — o que compromete a segurança industrial. Por isso, é importante considerar o grau de exposição à umidade no momento da especificação do material.
A radiação ultravioleta (UV) e o ozônio são fatores ambientais muitas vezes negligenciados, mas que aceleram significativamente o envelhecimento da borracha. A exposição contínua à luz solar e ao ar atmosférico provoca oxidação e quebras nas cadeias moleculares, levando ao ressecamento e aparecimento de fissuras superficiais.
Para ambientes externos, a recomendação é utilizar borrachas com alta resistência à intempérie, como EPDM e neoprene, que suportam melhor os efeitos da radiação solar e do ozônio. Já borrachas como NBR e SBR requerem proteção adicional, como pintura, aditivos antioxidantes ou revestimentos.
Essa atenção é especialmente importante em vedações externas, coberturas, fachadas e juntas de dilatação, onde a borracha fica constantemente exposta ao sol e ao clima.
Muitos ambientes industriais envolvem contato com óleos, solventes, combustíveis ou produtos químicos agressivos. Esses agentes podem reagir com os polímeros da borracha, causando inchaço, perda de elasticidade e degradação do material.
A borracha nitrílica (NBR) é a mais indicada nesses casos, devido à sua excelente resistência a hidrocarbonetos e lubrificantes. Para situações ainda mais severas, a borracha Viton (FKM) oferece desempenho superior, suportando ácidos, bases e solventes em altas temperaturas.
Por outro lado, borrachas como EPDM e silicone não devem ser utilizadas com óleos minerais, pois podem perder suas propriedades rapidamente.
A análise da compatibilidade química é, portanto, uma etapa essencial no processo de seleção do material — um erro nessa escolha pode comprometer todo o sistema.
Mesmo antes da instalação, o armazenamento inadequado pode comprometer o desempenho da borracha. A exposição prolongada à luz solar, calor, ozônio e umidade pode antecipar o envelhecimento do material, reduzindo sua vida útil.
Boas práticas incluem:
Armazenar em locais frescos, ventilados e sem incidência direta de luz solar;
Evitar contato com óleos, solventes e metais pesados;
Manter os produtos longe de fontes de ozônio, como motores elétricos;
Seguir o prazo de validade informado pelo fabricante.
Além disso, é importante realizar inspeções periódicas nas borrachas em operação, substituindo peças ressecadas ou deformadas antes que causem falhas em sistemas industriais.
A escolha correta da borracha técnica deve levar em conta não apenas o tipo de esforço mecânico, mas também o ambiente de uso.
Cada condição — temperatura, umidade, radiação, exposição química — exige um tipo de elastômero com propriedades específicas.
Empresas que se preocupam com essa análise obtêm melhor desempenho, menor custo de manutenção e maior segurança operacional. A Dina Borrachas oferece soluções desenvolvidas para resistir a diferentes cenários industriais, garantindo eficiência e durabilidade mesmo nas condições mais desafiadoras.
Investir em materiais de alta qualidade e em um dimensionamento adequado é essencial para garantir segurança, confiabilidade e longa vida útil aos produtos de borracha.
Com a escolha certa, a borracha mantém suas propriedades físicas e químicas, assegurando o funcionamento ideal dos sistemas industriais e a tranquilidade das operações.